Imagina que loucura certo dia tu acorda Em um quarto todo preto, sem janela e sem a porta Se sente perturbado e um tanto quanto apreensivo Pode ser que esteja morto, pode ser que esteja vivo Uma voz do além com tom torvo e hediondo Um chiado estranho de abelha e marimbondo Recitando a sua morte, anulando a sua sorte Desejando a tua cabeça decepada num só corte Tem saudade da família, dos amigos, do emprego Nem pensou que perderia a harmonia e o sossego Passa hora, passa dia, sem comida e sem conforto Todo tempo é agonia, preferia estar morto Imagina que loucura se te amarram pelos braços Arrancam os seus dedos, separando em pedaços Cada corte acumula muita dor e sofrimento Perceber que essa tortura não tem nenhum fundamento Largado em desespero, só o fim te alivia Agulha em um palheiro, achar a luz do dia Pode até ser exagero, mas não vai achar saída Não tem nenhum dinheiro pra pagar por sua vida Uma chance em um milhão de alguém te encontrar Já é caso perdido, impossível de evitar Sem direito a injeção de morfina ou calmante Não terá nem um caixão, mais uma morte irrelevante