A cerca que está em você Aperta o meu coração A não está cravada no chão Feito uma procissão de estacas Esta com o arame farpado na sua cabeça Quem pode quebrar essa cerca Ela me cerca, te cerca Nós temos a foice nas mãos O sonho não tem divisas A fronteira está nos olhos de quem a vê A tristeza dos cercados... A tristeza dos sem chão... Malditas todas as cercas Cercaram nosso mundo Nós somos as estacas E eu do lado de cá Sem medo do lado de lá Arrebento os arames Pois não quero cercas, não quero divisas Não estou condenado a um só pedaço de mim A tristeza dos cercados, a tristeza dos sem chão... Malditas todas as cercas.