Dizem antigos pajés Que o Sol habitava na terra Junto ao seu Uandaré e seus filhos Kuandê era rei, era homem, de um tempo ancestral De um tempo imortal Mas um dia um guerreiro Profanou o reino do Sol E descoberto por Kuandê Foi capturado, amarrado e castigado E num sortilégio o juruna se libertou A fúria do Sol incendiou sua alma Quando Uandaré avistou sua caça Mas num bote fatal Num golpe mortal O juruna abateu Kuandê A morte do Sol A morte do Sol Fez o mundo todo escurecer Do seu corpo jorrou! Cobras, lagartos, formigas de fogo Do seu corpo jorrou! Lacraias, aranhas e escorpiões Monstros medonhos Emergirão na morte na escuridão Então se fez a luz És o novo Sol para sempre no céu a brilhar Dança xamã, gira xamã Dança Xamã, gira xamã E revela a cura e o sobrenatural Transcendência é ritual És o Sol, és a luz, és Xamã!