Desfaz em mim o gosto de mais, Fazendo, assim, o que já ninguém faz. Um menino resistindo ao frio Quando quer Vender o sol para sobreviver, Pensando, então, no que quer ser. Ser um verso branco Ou tão deserto... Voar e acordar sem porquê. Lá vai, vestido de sombras, Talvez, o poeta de outra estação. Tem uma folha caindo ao chão, Deve ser o tempo que passou. E, se o outono parar pra dançar, Deverá não ser tão ruim Os dias pararem assim E nem silêncio restar. Maruim na pele. Mar ruim só salga. Sal, assim, que arde o rosto insosso e quente. Mangue negro e a dança Do segredo e da febre Que aumenta o medo e o sonho em pó Que desfaz em mim o gosto de mais, Fazendo, assim, o que já ninguém faz. Um menino resistindo ao frio Lá vai, vestido de sombras, Talvez, o poeta de outra estação. Tem uma folha caindo ao chão, Deve ser o tempo que passou. E, se o outono parar pra dançar, Deverá não ser tão ruim Os dias pararem assim E nem silêncio restar.