O Mundo Paralelo onde críticas me ataca Chego no chinelo querendo deixar minha marca Atacar suas paredes, fachadas, janela, prédio Para curar esse tédio pichar é meu remédio Artista noturno que age no sapatin Rimador na madruga Mas quem canta é as colorgin Às vezes vou sozinho mas é melhor com uns parceiros O único problema de quem vai foscar primeiro É bom ficar ligeiro, já chega escalando Mas antes de subir, na mente já temos um plano Anda pelo beiral, sobe naquele cano Dá a volta Lá em cima nós lançamos do pé nas costas Gruda na janela acelera os protetores É bom ficar atento, idade na cautela Nelas saca a lata e desenvolve seu talento O medo e a adrenalina dá o clima do momento Depois que termina, desço e vou embora feliz Mas antes olho para cima mó contente com o que fiz Comecei aprender no mundo do vandalismo Já passei por apuros enquadros e prejuízos Mas quantas amizades nessa vida eu conquistei Em comum a pichação fiz irmãos fora da lei Cada um faz o que gosta resposta pro preconceito Esse é o meu jeito na vida ninguém é perfeito Céu cinza, noite nublada Não estou só na caminhada Protegido pelos que se foram E os que istão na estrada Ó pátria amada, idolatrada Por nós é violada E os porcos que nos perseguem Não vão, arrumar nada Não são, apenas marcas Deixadas pelas ruas, é São lamúrias e tentações Diversas complicações As ações, são calculadas Cada traço é uma emoção O artista em criação Um estado de elevação Que dá paz, mas te puxa pra trás Eu quero mais Não aguento mais Esse ciclo vicioso Já é venenoso e cansei De causar esse meu mal Sem registro na carteira Assino o código penal Vai mais além De tudo em comum Um sentimento em comum, hã Não transmitido Vejo a vida como um zoom No último suspiro Me agarrando em grandes Pra me sentir um pouco mais vivo! Preparar o galão de látex Cuidado com o giroflex Querem nos abortar como se fosse cytotec Nossa revolta é só ponta do iceberg E é nas noites mais frias que o nosso sangue mais ferve O barulho da lata é instigante Subir na janela com outro no ombro não é coisa de iniciante Cidade cinza, a gente pinta Na veia não corre mais sangue Por que foi trocado pela tinta Chapisco ou pastilha, preto fosco ou cromo Não dorme no barulho que os moleque não tem sono Isso aqui é SP pra foscar tem que ter o toque de Picasso ou Van Gogh aqui ficaria em choque Subir no topo é missão alcançada Depois de sair igual ninja sem ter bomba de fumaça em cima ou no chão Nas porta ou nos portões Prós bico nosso estilo de vida é ameaçado Nossa arte é abstrata poucos vão apreciar Os moleque é acrobata tudo pronto pra escalar Nosso sangue é de barato caso os verme vem brotar Seguimos autodidata e nada pode nos brecar Deus escreve certo por linhas tortas De esquina em esquina busco respostas Latas vazias, Lua cheia, tão bela Força na subida, coragem para descer da janela Por fora burlando as leis na prática O impossível só é mais difícil, pixo ação filme Sem dublê, origem SP Os gringos vem de lá pra cá, quer se envolver pra entender Mas só quem vive conhece bem Os riscos, lembro dos primeiros rabiscos No início pra passar o tempo o tempo passado Confesso que hoje é vício escalando edifícios Descaso, causa Em casa família aflita, quem tá no erro sabe Na mente vem várias fita Apego ao que apagou, pra não quebrar envergo Instigado a ser o melhor cai na armadilha armada pelo ego Pego, peco, erro não nego, carrego a minha cruz Conflito íntimo assombrado todo ser que busca luz (Todos) Pixação (Bege) Quantos se foram, quantos estão? Lembranças de vários piões! (Todos) Sensação! (Simon) Arte abstrata inexplicável que move vários irmãos (Todos) Pixação! (Rato) Várias ideias, copo na mão Folhinhas vem folhinhas vão (Todos) Sensação (Quimo) De liberdade, rabiscando a cidade adrenalina a milhão