Pintado com tinta de guerra O índio despertou Roani cercou Os limites da aldeia Bordunas e arcos e flechas e facões De repente eram mais que canhões Na mão de quem guerreia Caraíba quer civilizar o índio nú Caraíba quer tomar as terras do Xingu Quando o sol resplandece os raios da manhã Na folha, na fruta, na flor e na cascata Reclama o pagé pra Tupã Que o curimatã sumiu dos rios E o uirapuru fugiu pro alto da mata Toda caça ali se dispersou Ô Deus Tupã Benze a pedra verde, a muiraquitá Que os índios Estão se juntando igual jamais se viu Pelas terras do pau-Brasil É Kren-Akarore, Kaiabi, Kamaiurá É Tchukarramãe é kretire, é Carajá Eh! Xingu Ouvindo o som do seu tambor As asas do Condor, o pássaro guerreiro Também bateram se juntando ao seu clamor Na luta em defesa do solo brasileiro Um grito de guerra ecoou Calando o uirapuru lá no alto da serra A nação Xingu retumbou Mostrando que ainda é o índio o dono da terra