A palha do coqueiro, que é feita de neon O peito da morena, quando aperta sai um som Quando aperta faz "fon-fon", quando aperta sai um som Quando aperta faz "fon-fon"! Ô iá! Passei a vida inteira atrás dessa morena Pensei de carne e osso, não era ai que pena As pernas da morena não tinha compaixão Do olhar desse cabôclo, ô não! Argemira sempre respirou bosta de boi Sabe mesmo quando foi, ano 2089 Cada um se vira como pode Estamos num baile de vaqueiros grogs Cujo a antena no chapéu de couro pifou Ô se pele não é mais luxo Mudou o tom do discurso Aquele pedaço de pão duro Aquela lâmina fina de manteiga Que o tempo engolô, rolou na ribanceira Argemira sabe tanto quanto os seus Que dinheiro nesse tempo virou uma espécie de deus O pescoço comprido que chega até o teto E certas partes do corpo tomadas como objeto Na rodagem, na fazenda, no buraco onde mora A maioria da comunidade é de fora Sou da comunidade dos do submundo da rua Adoro assustar piruas na saída do Municipal Sou da comunidade dos do submundo da rua Minha identidade é sua, só falta um parangolé Sou da comunidade dos do submundo da rua Tenho como teto a lua, meu salário é minha imaginação