A pobreza era demais e a fome assolava Não tinha nada, tinha nada que a consolava Era uma vida triste e dura de se lamentar Na mania do angolano de fazer muitos filhos Pra ela não chegava, mas queria dividir os milhos Ela tinha mais de seis era aonde estava o estrilho O mais velho era o mais sacrificado Filho obediente e filho amado Não negava nada que a mamãe dizia Tudo o que ela mandava ele fazia Filho vai vender, eu vou Vai vender, eu vou Vai vender, eu vou, eu vou, eu vou, eu vou.. Dizia que era azar e lamentava todo o dia Mas a verdade é que ela só passava aquilo porque queria Se não tem condição Não faz filho em vão, não O mais velho tinha mesmo que se sacrificar Pai falecido, mesmo em vida não tinha nada pra dar Seus irmãos ele tinha que sustentar De manhã cedinho ao acordar, sua mãe a lhe mandar Filho vai vender, eu vou Vai vender, eu vou Vai vender, eu vou, eu vou, Mamãe eu vou, eu vou.. Era um belo dia pois corria tudo bem Era de combas velhas iam ao além Pra alguma coisa dava já pra sustentar Para o matabicho, almoço até mesmo para o jantar Parecia que nada de errado havia de acontecer De repente tudo mudou, começou logo a aquecer A polícia apareceu e ele teve que correr Todo o lucro na mochila teve, que esquecer Mas ao atravessar se esqueceu de um pormenor Não olhou de lado, foi atropelado Não havia solução estava prestes a morrer Pois esperou a sua mãe pra última coisa dizer Assim aconteceu quando ela chegou No último suspiro disse: Mamãe eu vou, eu vou Não vai, eu vou Filho não vai, eu vou O que será do teu irmão menor Eu vou, eu vou