Tenho um sotaque do interior paulista Que muitas pessoas chamam de caipira E uma maneira de tocar a vida Com algumas regras que andam esquecidas Ainda me lembro de meu pai me ensinar Que um homem justo nunca vai errar Tantas coisas que não existem mais De um outro tempo que ficou pra traz E o novo vem e o velho vai Para nunca mais Enquanto o mundo está a ruir As lembranças sobrevivem em mim Não se ouve mais "estrada da vida" Nem o som da viola ou a dança da catira Nunca vai existir outro tião carreiro Ou liu e leu e o ipê e o prisioneiro O rio já jogou água para fora Toda vez que alguém chora Quando na madrugada ouvir no rádio Amargurado ou colcha de retalhos