Eu deixei tudo e recordo com saudade Da velha casa no sertão onde eu nasci A passarada que cantava lá na mata E no serrado o canto da juriti Lá na paiada a codorna e o inhambu O canto triste do urutau e da perdiz Vejo meu gado pastando na invernada E com a chuva a tropa correndo feliz Ouço distante o canto do carro de boi Berrante triste com o estouro da boiada Nuvem de pó que subia para o céu Terra vermelha que cobria a velha estrada Ouço distante o canto do carro de boi Berrante triste com o estouro da boiada Nuvem de pó que subia para o céu Terra vermelha que cobria a velha estrada A nossa casa era coberta com sape Parede feita com ripa de coqueiro A nossa carne era de bicho do mato Com muito peixe pois pescava o ano inteiro Paiol de milho e a tulha de arroz Porco na ceva e galinhada no terreiro Vejo o monjolo batendo lá Corguinho E o velho carro encostado ao pé do mangueiro A corruíra lá no esteio da casa O sabiá cantando na laranjeira Lá bem distante tudo é recordação Dentro do peito a saudade é companheira A corruíra lá no esteio da casa O sabiá cantando na laranjeira Lá bem distante tudo é recordação Dentro do peito a saudade é companheira