Velas apagadas, e os meus olhos choram É pela madrugada que os meus olhos choram Novela mudou nada, já não me emociono Apela a minha alma depois de cada gole Beber a limonada aqui já não funciona Quero pêras e goiabas, aí já dava um gole Os felas lá na estrada a bater uns copos Vê lá se não páras antes de dar o golpe Minha cota me ensinou que tudo posso em quem me fortalece Mas não vejo a ganja a dar poderes, só a tirar o stress Pa casa, me irritar um pouco mais, enquanto a água aquece Um douche, pa cama, pa ver se a raiva adormece Terra estremece, o meu mundo rui Acordo e dou c'um chui Agente da lei da mesmice, a me dizer que fui Muito burro quando decidi deixar o comboio Eu talvez prefira carros, bicicletas Só não quero as linhas rectas Atletas não me emocionam quando correm pa meta Eu tô farto d'objectivos pré-determinados Merda de vida! Eles gritam: Volta pa pista Eu sou o raio dum artista, quero cantar, representar, e fazer rir, e o caralho Por que é que eu nunca calho no caminho da dona sorte? Não me digas pa ser forte, que eu não vou E não tenho gasolina pra'este jogo Vi uma casa arder, que lhe faltava amor Vi o meu sonho ter pesadelos Eu vou mudar d'ares Que aqui não passa muito Sempre as mesmas merdas postas numa dose d'orgulho Foda-se a revista! Eu quero é ser capa do dentista Sorrir de alegria, e não por fingimento Aquilo a que vocês chamam felicidade só alivia no momento E depois baza Quem dera que fosse lentamente Ai, que tormento! A vista que tenho todas as manhãs traz-me sofrimento É ver o Sol meio triste, a lembrar de quando era quente E os humanos eram humanos E os manos, manos Não show-offistas, egoístas, golpistas, e com personalidade mista Memória do meu bro 'inda canta aqui dentro Junta-se a ele o vanner Ema, momma: Vai, nélton, tu consegues Será que consigo, mãe?