Sou filho do verde da mata Tenho minha pele bronzeada Tenho sangue do índio que abriu Neste imenso Brasil as primeiras picadas Meu colar é de dente de bicho Trago no pescoço pendurado Meu penacho arrastando no chão E por todo sertão sou guerreiro afamado De aroeira eu fiz minha aldeia Bem distante da povoação O meu lar para mim é a floresta A caça e a pesca é minha profissão Sou ligeiro no arco e flecha Garanto minha vida segura No perigo sou forte e valente Se fico doente as raízes me cura Se na taba repica os tambores Pros guerreiros saírem caçar Sou o primeiro a correr pela mata De noite e de dia sem medo de errar O meu corpo não sente cansaço Quando em luta as feras enfrento São visiveis minha força bruta Carne, peixe e fruta é meu alimento. Quando a noite chega eu me deito Numa esteira estendida no chão Esperando o dia amanhecer Faço ao Tupã a minha oração Sou da raça dos Caiapós Que aqui chegaram primeiro Me orgulho deste país E me sinto feliz por ser puro brasileiro