Nestes versos eu vo contá mais é a história dum ricaço Que apesar de se bem rico também teve o seu fracaço Quando um pobre ia pedi la no seu portão de aço Respondia hoje não tem, Ai ai, ai ai, la de dentro do terraço. Sendo ele um homem rico nunca, nunca fez o bem Ele nunca deu esmola e nem pousada pra ninguém O castigo nunca farta mesmo tarde sempre vem Sua vida se arruinô, Ai ai, ai ai, foi na miséria também. E vivia pela rua todo sujo esfarrapado Parecia um cão sem dono por este mundo jogado E morreu de fome e frio pagô caro seus pecado E morreu sem um socorro, Ai ai, ai ai, ele foi bem castigado. Hoje ta no cemitério num buraco bem profundo La bem longe dos ricaço numa quadra la no fundo E na campa escrevero quem ta aqui é um vagabundo Que morreu e já foi tarde, Ai ai, ai ai, não faz farta para o mundo.