Quando eu escuto uma viola ponteando Tenho vontade de voltar pro meu lugar Sinto saudade da latada no terreiro Na noite que o violeiro Não parava de tocar Do cheiro bom que saía da cozinha Mariazinha que eu vivia a namorar Do meu pinhão, minha pipa, minha bola E do ponteio da viola num galope à beira-mar Ponteio da viola num galope à beira-mar Ponteio da viola num galope à beira-mar Sino saudade do meu cavalo de pau Do meu girau e das debulhaas de feijão Sinto saudade dos canzis e do fueiro Do trabalho do carreiro com a vara de ferrão Do boi puxando as almanjarras do engenho Ainda tenho saudade pra me acabar Das vaquejadas na antiga fazendola E do ponteio de viola num galope à beira-mar Ponteio da viola num galope à beira-mar Ponteio da viola num galope à beira-mar Faz tempo que me mudei Não sei se por lá mudou Tantas vezes já chorei não sei Se alguém lá chorou Dizem que a saudade mata É um dito popular Mas hoje eu sei que não Mata, corrói, machuca, maltrata Porém não chega a matar Ponteio da viola num galope à beira-mar...