O mestre-sala me tomou por uma negra, roubou a minha noite para o brilho das estrelas. Doce é tê-las sob as telhas. O mestre-sala me tomou por um poema, roubou a minha rima para a musa do cinema que me acena nesta cena. Me tomou por um pavão. roubou as minhas penas, foi dançar pro rei de Atenas. Me tomou por uma chita, pintou-me toda de flores e alegrou comendadores. Me tomou por vagalume, levou-me a luz acesa para os olhos da princesa. O mestre-sala, ele viu que eu era santa despiu-me sem vidraça para estranhos numa praça pra sagrar-me, pra sangrar-me. O mestre-sala me tomou por um perfume, levou-me com a brisa para o rei na sua frisa à guisa de amizade. Me tomou por paisagem roubou a minha vista para os olhos da turista. Me tomou por uma fada, levou minha varinha pros desejos da rainha. Me tomou por mel de abelha, levou minha doçura pro jantar da prefeitura.