"Dorme, cala o teu pranto Que o dia vai chegar Enquanto não chega Eu fico aqui a acalantar Tuas fadas, os teu reis E os teus magos Em um tom já tão cansado Acostumado a despertar Dorme, envolto na noite Que eu vou cuidar Pra que os teus medos Sejam tão fáceis de assustar Essa bruxa e o teu bicho papão Não tem dom nem vocação Pra querer te acordar E se o teu choro é um convite a nossa valsa Bem que essa valsa poderia esperar Não tenha pressa pois já sei que a vida passa Mas eu imploro pra que passe devagar Dorme, enquanto te desmonto Sem indecisão Sempre me apossando Da tua boca, olhos e mãos Vai e sonha com um mundo mais sensato Que esse aqui é muito chato Não merece ter você Agora senta e te contenta Com teu berço Que eu sento e agradeço Por um milagre tão clichê E se o teu choro é um convite a nossa valsa Bem que essa valsa poderia esperar Não tenha pressa pois já sei que a vida passa Mas eu imploro pra que passe devagar" Cenas contemplativas: Acalantos & elegias é um trabalho para voz e piano que tem como objetivo descrever os Encontros e despedidas que a vida nos possibilita. A proposta não se atém às aproximações e aos distanciamentos Mas ao olhar que um personagem aplica sobre essas circunstâncias, trazendo consigo todas as suas ânsias, seus