Minha alma grita e a voz não sai Busco por sinal de vida, perdido em WiFi Sempre ouvi Renato, mas cresci sem pai Filho com nome de santo, réplica, bonsai Cintura mini-uzi O sono bate, anda Esse chão quente, relevo, maltratam Meus pés descalços molhados da lama Ainda penso na fama Descansar num parque, final de semana Ainda penso na fama Esquecer os problemas causados por grana Mesma rotina de sempre Não to aguentando, quero fugir da cidade Predestinado do ventre A um suburbano, vero, zero novidade Em pleno estado de calamidade Não trago afago em minha melodia Me afundando nessa tempestade Entre naufrágio, maré, maresia E a mente vazia, busca poesia, uma moradia Vou depositando o que ainda me resta em formato de guia No meu dia a dia, transborda agonia, uma demasia De sentimentos, momentos marcados, repaginado e a memória perdia Minha alma grita, réplica, bonsai Busco por sinal de vida, mas cresci sem pai Eu cresci sem pai Nesse momento eu nem sei o quê que eu to falando mais Um gole no vinho, saquei a rolha Que a solidão, o álcool acolha Se semeia ventos, tempestade colha Entenda metáfora ou seja trambolha Na realidade minha alma nem grita mais Também não se encontra em paz Complexidade, sem mediocridade Rota pra cidade, fuga de Alcatraz Caminha ao lado ou nem acompanhe Não importa, ninguém vai entender suas dores Esqueci do mundo, menos da minha mãe No seu aniversário, ainda mando flores Com o pensamento em mandar um cordão Um pingente maior que a palma da mão Casaco de couro em pleno verão E ainda de quebra te ver de carrão Com a taça na mão, brindando a vida Minhas irmãs tendo o que eu não tive Chegar nos lugar que não era bem-vinda Gritar para o mundo que a favela vive Podemos vencer, só basta querer Num sonho você tem que acreditar Motivos de sobra tenho pra viver Trilhando um caminho, ainda chego lá Alimento a ideia, a carne padece Saliva nos dedos, passo uma folha Neurônio é algo que não adoece Seu rumo de vida, é sua escolha O que não é visto, já não é lembrado Caminho na sombra, sempre na encolha Para os rejeitados, deixo meu legado Não se contente em estar dentro da bolha Mas saia de olhos vendados Que lá o subsolo aflora Só toma cuidado quando for sair Existem monstros de verdade lá fora Nunca confie nos fardados Se hoje a favela chora Muitos favelados tentaram subir Tão em paletó de madeira, agora Minha alma grita e a voz não sai Busco por sinal de vida, perdido em WiFi Sempre ouvi Renato, mas cresci sem pai Filho com nome de santo, réplica, bonsai