Luar, mais nada me seduz Senão, chorar pensando em ti Luar, sonho banhado em luz Agora eu sei o que perdi É noite e tudo se desfaz Na fria solidão da lei Noite sem Deus, noite sem paz E tudo foi humano, errei Mas inda tenho coração E tudo pode acontecer O despertar da redenção De um terno amor, o alvorecer Amor, o alivio para a insônia Perdão, a graça para o fim Quero-te luar de vila Sonia Para morrer cantando assim [Declamado] "Nove horas, apagam-se as luzes do presídio Mais uma esperança perdida na insípidez de um dia Estiolado que se foi para o além, Como tantos outros se foram, desde que me destinaram Esta vida amargurada de encarcerado Mais um período de lágrimas para a minha grande desventura A noite tenebrosa dos fantasmas, A escuridão da lei privando-me do luar perfumado E encantador de vila Sonia, adormecida A corneta da sentinela, lá no portão longínquo do presídio, Inicia o toque do silêncio, Enquanto sob o cáustico do pranto abrasador, Prossigo meu destino marcado, Cantando e chorando a minha saudade imensa". Luar, mais nada me seduz Agora eu sei o que perdi.