Tio Novo Araújo

Visão de Campeiro

Tio Novo Araújo


Este meu jeito de olhar sério prás pessoa
Radiante de coisas boa sem ódio e sem falsidade
Não tenho ciúmes nem inveja de ninguém
O que a minha alma tem é respeito e humildade
E os moderninho que me chama de esquecido
Botem algodão nos ouvidos se não qué ouvir a verdade
E os moderninho que me chama de esquecido
Botem algodão nos ouvidos se não qué ouvir a verdade

Eu fui criado no sistema velho antigo
E também não tenho inimigo não preciso me cuidá
Não sou de briga e pra pouca coisa eu não ligo
E quem quiser ser meu amigo só basta me respeitá
Sou missioneiro e quebro meu chapéu na testa
E despois que eu saio pra festa eu perco a pressa de volta
Sou missioneiro e quebro meu chapéu na testa
E despois que eu saio pra festa eu perco a pressa de volta

Sou desse jeito índio feio e carrancudo
Talvez por não ter estudo e ser criado no interior
Faço um pedido pros meus parceiro de campo
E a minha voz eu levanto escute a voz do cantor
Estão fugindo da maneira como eu penso
E por não saber atar um lenço tão usando passador
Estão fugindo da maneira como eu penso
E por não saber atar um lenço tão usando passador

Uso meu lenço que quase mijo nas pontas
E as vezes eu me dou conta que sou meio exagerado
Meu chapéu véio faz sombra pros companheiro
Desde guri fui campeiro cresci lidando com o gado
Já nasci forte igual trompada no escuro
E ainda sou cerno puro inda não fui falquejado
Já nasci forte igual trompada no escuro
E ainda sou cerno puro inda não fui falquejado

Já tem gaúcho que nem o lenço mais ata
A maioria são pirata e avançam a pirataria
Quem usa droga a sua saúde se some
Fica igual teta de homem pra nada tem serventia
Já anda escasso quem grita e para rodeio
E o meu rio grande anda cheio de gaúcho fantasia
Já anda escasso quem grita e para rodeio
E o meu rio grande anda cheio de gaúcho fantasia