No céu existem falanges de bambas Que encarnam no ventre do samba A poesia em ser de luz Alguns renascem nas tamarineiras Quintal do rei de Madureira E batizado Arlindo Cruz Que evoca o som das almas brasileiras Sua voz Porta Bandeira De Magno a Oswaldo Cruz Herdeiro mais nobre de Mestre Candeia E o sangue que singra nas veias É o de Aracy que lhe conduz Kabecilê Kaô, todo filho de Xangô Jamais se verga, tem a força do ingazeiro Imperiano orfeu do amor Graças ao Pai o seu lugar é meu terreiro Quando o banjo encontra o peito Melodia faz chorar Se o sambista é perfeito O artista é popular Quando aflora a piedade Nascem ramos das vielas É o bem da partitura A candura das favelas Sou aprendiz a versar Um samba de amor em fá E por mais que me inunde A Serrinha a vida inteira Meu Império se confunde Nessa alma batuqueira Receba a coroa Do Mestre Silas de Oliveira Sob a Lua de Ogum meu poeta é orixá É Arlindo a nossa voz Serrinha! Sou a fé que se renova A história que ensina Predestinado a dar a volta por cima