Mãe, por que não te fizeste mais gentil? Mãe! Por eles batizada de Brasil Para onde foi o teu olhar Quando do mar se aproximou A caravela da ganância A ambição do invasor O teu herdeiro então chorou Derramou seu sangue em vão E nos tornamos os escravos do próprio chão Ontem presos na senzala, maldade e dor O negro suplicava: Ó, meu senhor! Hoje amargo preconceito Liberdade é uma quimera Viver livre quem me dera! Vejam só que ironia Da colônia à monarquia por aqui nada mudou Imperava uma história mal contada Logo após republicada pelas mãos do ditador Em planos um país descolorido Saqueado e dividido O poder de quem tem mais A farra das elites sociais E o povo na rua, revestido de coragem Lava a alma de esperança Pra acabar com a sacanagem Meu Deus escute a Águia cantar Oh, Pai, lhe peço: Olhai por nós! Somos filhos desta pátria Que não cuida do que é seu E não ouve a nossa voz