Nascido feito o rei menino Em ninho de amor e humildade Meu pai direcionou o meu destino Voar nas asas da comunidade E arrisquei um voo nesse lindo azul Um mundo encantado pude recordar Em fábulas bordei a fantasia Ê saudade que mareja o meu olhar Herdeiro dessa terra me tornei Cantei nossos recantos, tradicões Sou eu aquele festival de prata Que na pista arrebatava tantos corações Ô ô ô ô axé que no sangue herdei No meu quilombo, todo negro é rei Abre a senzala!! Abre a senzala!! Nesse terreiro o samba é voz que não cala Cresci, ouvindo acordes entre doces melodias A bela dama retratada em poesia e o canto de cristal A simplicidade no amor, aquele beijo na flor Fez mais um sonho real Pátria amada da ganância Eu pedi socorro pelos filhos teus Algoz da intolerância Mesmo proibido, fui a voz de Deus Toda essa grandeza, vem da nossa gente Que esquece a dor e só quer sambar Corre em minhas veias, sangue azul e branco Nilopolitano à emocionar Um hino de amor à nossa raiz Razão do meu cantar feliz Você me conhece de outros carnavais A deusa do samba, dos desfiles imortais És a minha vida, meu eterno amor Voar mais alto é o dom da Beija Flor