Sou do povo, represento uma nação Nada importa! Meu samba é religião! Acima do bem e do mal Sou salgueiro até morrer! Você vai ver, deixa o caldeirão ferver Lá vem Salgueiro é fevereiro! Vermelho é febre no meu carnaval Pegue carona, vem na barca do tinhoso Pra se perder nessa alegria infernal No balancê balancê quero o teu calor Sentir queimar no fogo do teu amor Soam clarins pra anunciar Ô abram alas que eu quero passar Nem melhor, nem pior diferente! Pecado seria eu não me entregar Enlouquecer o corpo e a mente Num beijo ardente me purificar Vejo estrelas no firmamento E ao teu lado lá vou eu Nas asas de seres celestiais Todo o lirismo dos antigos carnavais Minha alma canta de saudade Da santissima trindade que o povo eternizou No toque afro do tambor Orum nos abençoou, ayê é celebração Meu sonho desfilou e carnavalizou! Na apoteose, a salvação Meu céu em pleno chão!