Timm Arif

Coração

Timm Arif


Sou eu que mato demônios
Arif que brota do novo sentido do sonho
Luneta é meu Rap, me eleva na fonte da dor
Que salta da carne
Discreta é minha rima no vento da noite de el ñino
Meu sonho caminha comigo
Mochila pesada, uma draga de carga elevada
“No olhar de quem nunca fala o que acha... ”
Foda-se seu conceito
Transmissão ativada pra guerra
Meu tempo me mostra que eu posso nadar bem mais fundo
Singela seria a história
Mais triste do homem que gеla
De frente pra linha amarеla
Metralha, favela, sem fuga, moleque acelera
Aqui nada lhe resta com ela
Aquele cigarro já era
Bateria zerada que merda
O que faço cercado?
Quem pega, me mata no acerto e conserva um Brasil de miséria
Sem terra pro preto morar
Aquele quintal pra regar uma plantinha
Pra família juntar de domingo e almoçar
Mas não vivemos tal coisa
Pra quem sabe parece tão tola
Moleque de 9 que rouba que atira, dá tiro na rua
No gueto e sem roupa
Só queria uma sopa, uma cama, coberta de boa
Lugar pra dormir, pra ficar pela vida toda!

Sou eu que mato demônios Arif que brota do novo sentido
Do sonho... Sou eu! Sou Eu!!

Sou eu que mato demônios Arif que brota do novo sentido
Do sonho... Sou eu! Sou Eu!!

O destino não conta tão fundo
Sobre o pingo gelado da chuva
Por favor não fale de mundos
Onde é que fica essas ruas?
Do lado do beco que eu vivo
Conspiro comigo no dom da loucura
Me arrisco no beat que eu traço na mesa
A chaga do corpo sinistro confiro
Mpk, meu johnny, no sereno rindo sozinho
Tempero da vida, sei lá
Brilha pra nois, lua!!
Eu deixo a vida levar-me
Pela estrada do tempo transpiro
Enquanto de mim é tirado
Um punhado de mim diluído
Meu coração é bússola
Amuleto que pulsa aqui dentro
Que toca na correnteza
No balanço do vento e do mastro
Do navio negreiro tomado
Capitão português atirado no mar
Não dá pra ninguém relatar
Na verdade, o que houve de fato
Bomba-relógio, a saga que verso
Converso com o mundo e as estrelas
De um mundo que quero tão belo
Levo meu plano na bolsa a certeza
Pelo tanto de filho que eu tenho
A minha virada compensa
Cada suor que transpira da pele
Que é preta rima que solto sem hora

Sou eu que mato demônios Arif que brota do novo sentido
Do sonho... Sou eu! Sou Eu!!

Sou eu que mato demônios Arif que brota do novo sentido
Do sonho... Sou eu! Sou Eu!!

Sonho, Sonho, Sonho... Sonho!!