Ôô ôô desperta No seio da mata, um canto se ouviu Uirapuru anuncia De um beijo selvagem, nascia o Brasil O índio tocou o maracá Ao ver no horizonte chegar De além-mar os gigantes Deuses navegantes, olhos de ambição Se a pele pintada é vermelha A alma espelha a mesma emoção Porque na coragem nós somos irmãos Vem a noite e traz o som de um trovão Tambores batizando esse chão Preto velho vai contar Viu três raças no congá Florescendo uma nação Lá nas Minas, brilhou Entre os cabelos, a alforria Num encontro de nobrezas Um minueto, toda a corte dançaria Que beleza de mistura, a cultura popular! Tem canto e dança pra comemorar libertação De um povo que não cansa de lutar E no passo do compasso, eu quero ver! Girar no maracatu, maculelê! Uma lenda na viola, caipora, boitatá! E na festa de Ciata Bota a saia pra rodar! E lá surgiu meu carnaval Carioca da gema, te fez imortal Vem do céu, arlindo dos arlequins Quero sambar (ô) ser querubim! E nada mais que viver feliz Ver com teus olhos o meu país