Recebi um convite de um fazendeiro Pra cantar na festa no sertão mineiro Um cabra ricaço cheio do dinheiro Mandou convidar eu e meu parceiro Quero ver sua fama aqui no meu terreiro Se vocês vier vou avisar primeiro qui tem dois caboclos são meio banzeiro Dentro de um catira ele nunca perderam Dizem que eles quebram qualquer violeiro Pra enfrentar esta afronta não fizemos ensaio Pra chegar na festa fui cortado atalho Falei pro festeiro vim dar meu trabalho Saudei o pessoal sapateei no assoalho Nós dois parecia tangará no galho Esses violeirinho nesses versos eu vaio... Os caboclos atacavam mas não me atrapalho Nos versos de abater não me atrapalho Nas festas que eu chego com a vitória eu saio . Recebi aplauso do povo que veio , Eu canto largado e não tenho receio . Eles cantaram um verso mais fizeram feio Quis me dar um tombo perderam o galeio Minhas rimas parecem lambada de reio Já sou acostumado colocar o arreio ... Depois que eu montar sei que eu não apeio Vi que não agüentaram nosso bombardeio Peguei suas violas e quebrei no meio . Desfeita de violeiro isso eu não aceito Joguei no terreiro a viola do sujeito Despedi do povo com todo respeito Eu vi o festeiro ficar satisfeito . Com esses pixotes eu faço desse jeito ... Dentro do salão não mostrei defeito Essas parada duras sei que não enjeito . Eu faço o caboclo pegar logo o eito , E se contar papo eu levo no peito ... (até a madrugada!)