Eu trabalhava de carreiro na fazenda Mas fui embora a pedido do patrão Porque a cana que eu puxava pra moenda Agora ele vai puxar de caminhão Minha boiada pouco a pouco foi morrendo Ficou o carro, o ferrão e o tirante Porque um dia quando estava amanhecendo Eu vi morrendo meu querido boi gigante Morre gigante, morre Com o seu chifre um berrante vou fazer Quando tocar esse berrante Eu vou lembrar o carro de boi gemer Fiz o meu rancho bem na beira da estrada Onde é pousada de muitos caminhoneiros Que me confortam com histórias já passadas Pois muitos deles também já foram carreiros Eu admiro os heróis das rodovias Por essa bela profissão que escolheu Desejo sorte e que Deus seja seu guia Para não ser um fracassado como eu Morre gigante, morre Com o seu chifre um berrante vou fazer Quando tocar esse berrante Eu vou lembrar o carro de boi gemer Sou grande amigo dos bons caminhoneiros E quando chegam na baixada da campina Para imitar o berrante do carreiro Quebram o silêncio com o toque da buzina O som bonito ecoando na paisagem Na voz do vento emudecem um instante Quando termina aquele toque de passagem Se escuta o eco e o gemer do meu berrante Morre gigante, morre Com o seu chifre um berrante vou fazer Quando tocar esse berrante Eu vou lembrar o carro de boi gemer