Amazônia tupinambá, canto aruá! Resistência tembé, sonho saterê! Escute o velho caboclo contando no ribeirão A lenda de um tigre valente e campeão Awê! Peço ao povo pra imaginar A jangada descendo os andes O viajante no rio-mar Vem conhecer o reino das Icamiábas A poesia da encantaria nas águas deixou Por Amazonas, quem lhe chamou? Dança! Batuque, rapé, pajelança! A máquina em aliança, metal laçado em cipó Jaci alumia o sonho de quem navegar Guaraci o destino no igapó Seres espreitam a mata Ameríndio não anda só A floresta vai tremer, ae! Ae! Bate o pé no chão, clareia! A força de Jurupari não é o medo tupi O mal foi trazido pr'aldeia! A viagem na mente do escritor Posso ver correr em nossas veias Misticismo cravado na cor Costurei o tambor na pele vermelha Mas eu ao ouvir o canto dos pajés Convoco as tribos, todos os mitos, bumbás, çairés Batalha se vence com luta Herança dos meus ancestrais Porto da Pedra é arco e flecha De guerra e de paz!