O bolsonarismo tem duas camadas A camada da superfície eu chamo de galhofa A camada do subterrâneo é nazista Olhos marejados, avistando esses barcos Naufragando no asfalto, bloqueando o progresso Ato antidemocrático Discurso verborrágico financiado por quem almeja vetar votos Voltando ao verbete em que éramos alvos E nunca estaremos sãos e salvos, pelo contrário O mundo é diferente deste lado Pra nós, ódio destilado Pra eles, destilados A vida não é doce como milhões em leite condensado E essa é pra não dizer que não falei das flores de plástico Da revolução dos bichos nesse zoo-ilógico Porcos, burros e gado cantando de galo Enquanto pagamos o pato pelos parasitas sugando o que é nosso Mas não queremos carregar esse fardo, apenas cantar nosso fado Um pedaço de terra e um conceito abstrato acima de nada nem ninguém Fora, Bolsonaro! Olhos pesados Tem pão e circo, corações parados Que pena que hoje não é dia de clássico Sonhos jogados em um saco plástico E essa noção de nação distorcida É o que transforma sua pátria amada em pária armada de hipocrisia Desordem bíblica, marchando pela família Abandonando seus filhos, deixando outros na mira Negligenciando vacinas, chapando de cloroquina Saldo negativo: Milhares de vidas Mas temos o dom, fizemos o L Contra locautes que levam o povo à lona E a lavagem cerebral verde-amarela mecânica Pois esses nazis me despertam ira Não fica na classe quem não se comporta E é hora de sossegar esse facho, como minha saudosa mãe dizia Contos de fadas se tornaram contos de fardas, porém continuam contos de farsas Por isso empunhamos foice e martelo, combatendo cruz e espada