Não há beleza Flores são de papel E a lua cheia branca Vai sujando o céu Pois não há beleza A vela acesa queima o ar E não consigo me afogar Sem lágrimar. Não há deslumbre Flores são de jornal Por-do-sol ao breu sucumbe É triste o carnaval Pois não há deslumbre Da musa venta a cinza A lama engole o lume Uma dor sem vacina Sem amor Não há deslumbre ou beleza. Mira a lua e atira Até que a pedra caia E alguma coisa fira Ele não vai voltar Inda assim ela pôe a mesa.