Dê-me um trago de qualquer coisa que alivie a minha dor Amargo, podre, doce sem sabor Mas que elimine a ilusão Matéria etéria do meu pífio coração Que ainda teima em sangrar Eu quero mesmo é atiçar a erosão E o belo das feridas Gritar o meu desprezo Ao companheiro medo Quero o risco e não confisco Quero a cruz e não o cristo Extirparei na carne todo o mal que o amor possui Lamberei o sal do teu suor Pra alimentar o meu pior Cortar a pele em brasa Empregnada com seu nada E o riso torto e solto multilando a madrugada Flanar no caos das noites perdidas É sempre uma pedida Cantar a luz da lua em pus é morte em vida Quero rasgar a página do desejo No livro dos aflitos Pra dançar livremente Sob a linha do infinito.