Sempre o mesmo gesto Sempre o mesmo olhar Sempre os mesmos passos Sempre o mesmo não estar Sempre o mesmo estado Sempre o mesmo perder Sempre o mesmo lado Sempre o mesmo dizer Sempre estar em grande Sempre o mundo a torpar Sempre os mesmos rostos a rastejar Sempre a mesma estrada Sempre o mesmo nada Sempre os mesmos ratos Sempre camaleões Sempre o mesmo fumo Sempre as bocas e iões Sempre o mesmo eu, encontrar, deixar para trás Talvez amanhã pense outra vez Sempre a mesma noite Sempre o mesmo estar bem Sempre o mesmo andado Sempre o mesmo ninguém Sempre a mesma falta de cor e de humor para parar e gritar Nah, tenho fome demais Nah, quero fome demais Sempre as mesmas vozes Sempre as mesmas canções Sempre o mesmo fluxo Sempre as mesmas razões Sempre as mesmas águas Sempre o mesmo esquivar Sempre o mesmo jogo Sempre nunca lutar Sempre as mesmas flores Sempre o mesmo jardim Sempre as mesmas roupas, a cheirar a jasmim Sempre a mesma calma Sempre o mesmo "hoje não" Sempre falta de luz, e os pés no chão Sempre o mesmo teto Sempre o mesmo medo Sempre o mesmo não ser Sempre o mesmo padecer Só cheiro o mundo a andar para trás Sempre a mesma gente a ficar para trás Que aparece e que acontece Esquecem que no fundo, ninguém sabe o que faz Nah, tenho fome demais Nah, quero fome demais Sempre a mesma vida encalhada nesse tempo Sempre a mesma vida encalhada nesse tempo Sempre a mesma vida a encalharem nesse tempo Sempre a mesma vida encalhada nesse tempo Nah, tenho fome demais