Era uma terra de boa medida Numa rocinha eu cultivava o que era trivial E na baixada um brejo de lagoa Depois dele um veio d'água- pinguela de pau Desemborcava no corgo do meio Eu tinha medo de receio daquele lugar Se enveredava na sombra escura da mata Nem por reza nem pirraça eu tentava lhe acompanhar O medo brota da mente da gente Oxente, que menino bobo, ocê pode pensar Ali no encontro do corgo com veio d'água Em noite de quarto minguado O pelo chega alfinetar Ali na beira do corgo do meio Em cima d'água eu vi a língua azul do boi tata A mãe da Lua no corgo do meio Os curiango era umas almas que vinham penar Passava perto do corgo do meio E ficava imaginando a pinguela quebrar Ali na beira do corgo d meio À meia noite eu vi a venta da onça bufar Ê boi tatá Ê boi tatá Eu, homem feito, pesado e barbudo De calo grosso, facão no afiar Depois de andar nas picada do mundo E desvendar do que era certo achar Tem vez que eu busco coragem no fundo Tem vez que falta fibra de arriscar Mas sempre lembro do medo que tive E do respeito e a coragem que esse medo dá