Uma mulher caminhando pela rua Ao cair da noite Tranqüilamente quase nua Ali é o seu açoite Torpe desnuda e a vergonha a parte Navalha, caminha, olha, gesticula Fumando é uma arte e ao caos se insinua Os carros passam e os travestis eles partem Os operários das construções ardem A noite cai como uma louca Se despedindo da tarde A senhora apertando os passos Passa apressada ao seu lado Cantarolando um fado Tu desfazes seus laços E eu sem pátria olho mudo A geringonça cheia de segredos práticos E mudo tudo, mudo tudo. Abismos mares oceanos ao meu lado E toda noite ela teme cada passo Mas se desnuda e nunca foge do tal pecado