Se Gioconda fosse negra Tinha explosão no sorriso Olhos brancos que carregam Direto pro paraíso Focos de luz entre os dentes Curvas bem mais salientes Muito pr’além Do que a gente vê na tela Mágica seria ela E nos grandes museus Jóia excêntrica e rica Musa-polêmica-viva Mona-crespa, nada lisa Traria cor às vernissages Com sua força e suavidade Não haveria nunca em toda a eternidade, oi Obra que fosse mais bela No Louvre, Du Cale ou Del Prado Cortariam um dobrado, oi Picassos, Dalís, Portinaris Invejariam seus ares Pintando pretas beldades Atrás da felicidade, oi Que encontrou mestre Da Vinci Em seu sorriso errante Como as Deusas de Mangueira Ou Mona-Luz de Madureira Una Gioconda em tom marrom fascinante