Já derrubamos o mato Terminou a derrubada Agora preste atenção Meus amigo e camarada Não posso levar vocês Na minha nova empreitada Vou pagar tudo que devo E sair de madrugada A minha nova empreitada Não tem mato e nem espinho Ferramentas não preciso Guarde tudo num cantinho Preciso de um cavalo Bem ligeiro e bem mansinho Preciso de muitas balas E um Colt Cavalinho As flores quando é de manha cedo, com seu perfume no ar, exala A madeira quando está bem seca, deixando no sol bem quente, estala Dois baianos brigando de facão sai fogo quando o aço, resbala Os namoros de antigamente, se espiava por um buraco na sala Vou Contar o que eu nunca vi pro sertão e pra cidade Nunca via guerra sem tiro e nem cadeia sem grade Nunca vi um prisioneiro que não queira liberdade Nunca vi mãe amorosa do filho não ter saudade Nunca vi homem pequeno que ele não fosse papudo Eu nunca vi um doutor fazer falar quem é mudo Nunca vi um boiadeiro carregar dinheiro miudo Nunca vi homem direito vestir calça de veludo Burro que fugiu do laço ta de baixo da roseta Quem fugiu de canivete foi topar com baioneta Já está no cabo da enxada quem pegava na caneta Quem tinha mãozinha fina foi parar na picareta Já tem doutor na pedreira dando duro na marreta A coisa tá feia, a coisa ta preta... Quem não for filho de Deus, tá na unha do capeta.