Guinga, Thiago Amud Sou a dobra de mim sobre mim mesmo Nesse afã de ganhar de quem me ganha Tento andar no meu passo e vou a esmo Tento pegar meu pulso e ele me apanha Eita, sombra rival que me acompanha Artimanha de encosto malfazejo Rodopiei, beijei o chão, cambei pra cá Meu mestre rei foi Salomão, camará Dou um talho em meu próprio sentimento Pra que o mundo fulgure na clareira Que esse nervo me aviva o sofrimento Que esse olho é motivo de cegueira Ê, presença difusa, desordeira Giro de furacão sem epicentro Desafiei, puxei facão, ponguei pra lá Vazei no peito esse intrujão, camará Evém pernada aí Vem não, foi desvario Evém navalha aí Vem não, foi calafrio A roda vai abrir Quando eu cair Por um fio Camará Meu sangue arredio, arrevesado Arranco e derramo em oferenda Mas não boto fim nessa contenda Com meu coração esconjurado Sei de um rosto escondido no espelho Bem depois do cristal iridescente Entro no meu juízo e destrambelho Entro no meu caminho e passo rente Eita, angústia que vai minando a gente Capoeira contra Pedro Botelho Serpenteei, botei pressão, varei o ar Parei no meio do desvão, camará Evém pernada aí Vem não, foi desvario Evém navalha aí Vem não, foi calafrio A roda vai sumir Quando eu cair No vazio Camará Meu corpo erradio, arrebatado Debulho na boca da moenda Mas não boto fim nessa contenda Com meu coração esconjurado Camará