Típica família sempre unida, são garimpeiros de pão O que pra eles é importante pra alguém é só papelão No carrinho leva 3 fi, isso não é ficção Quanto mais um ta pra vim na próxima gestação Pra quem já pisou no chão e sentiu os asfalto grudado E tadin de quem tá descalço tem que se contentar Agradece pelas pernas que te fazem andar Solzão tá de rachar e ainda nem é meio dia Uma das 'cria' chora e diz que tá com fome, tia Madame ouviu e se fingiu que não escutou Semblante de caráter esnobe o vidro levantou, que horror Saiu vazada no importado passando blush na cara Essa deve ser daquelas mal amada A jornada não para ainda tem vários que tão pra vir Quando cê pensa em sumir é ali que mora o senhô Pai tá sempre a frente é o herói do barraco Mesmo não aguentando mais não demonstra ser fraco Saco de lixo usa pra achar uma solução Pra sociedade ele é um bicho mas bicho tem coração Só na oração faz a consulta Não adianta nem grita se lá fora só ele te escuta Já no finzin de tarde começa a cair chuva O vento leva a lona máquina se perde na curva Aquela dona desprezível agora implora por ajuda Pra quem só rejeitava veja como tudo muda Olho no olha, rá, criança relembrou Você é aquela tia que de manhã me negou! Duas vezes não pensou e o sinto desconectou A véia estala os olhos não podia acreditar Que aquela seria seu anjo que sua vida irá salvar Enquanto vários dedos só servem pra apontar Julgar quem tá no errou pra culpa compartilhar Retiraram ela a tempo antes do carro explodir Nem pediram recompensa foi puro extinto humilde Já faz um tempo que ando observado a cidade O rato corre atrás do gato enquanto o cachorro se esconde Não precisa se arrepender pra ter liberdade O foda é que a maldade já vem desde anteontem Resto de comida é luxo, lucro pra quem não tem Conquista tudo e enche o bucho, luto pelos que creem