O silêncio fala por mim mais que mil palavras O que será que ele expressa? Será um bocado de nada? Rubra poça na qual enxergo minha alma Sobra um pouco de paz? Não, na verdade não me resta nada Migalhas de esperança caem no fundo do estômago Pedaços de lembranças repetidas em um canto Que canto sem ao menos perceber Paro e quando reparo, voltei a cantar sem nem saber o porquê Dói, o corpo já não chora A solidez por fora Por dentro me liquefaço E agora, num feixe que transpassa a cortina Serena de tal forma ao ponto de cobrir minha vida Me envolve em cada partícula Particularmente limpa minhas manchas mais iníquas E participa ativa Milagre: Duas linhas cruzam outra linha O sorriso pinta o rosto de quem já não sorria Faça o que faço, mas não faça o que fiz Não cometa os mesmos erros que um dia cometi Caí, levantei Aprendi a sorrir com cada lágrima que deixei por aqui Abracei com minhas forças o pouco que eu tinha Que já era muito mais do que aquilo que eu merecia Tesouras cortam o laço Seus passos param e eu paro E com seus olhos gelados Sinto o adeus em seus doces lábios Corri pra longe mas te carreguei em mim Tentei fugir, te proteger E consegui de certa forma Só que quando os meus olhos abri Vi que algum vento te soprou pra longe daqui Sangrei em lágrimas caladas Abri as minhas mãos Melhor do que eu não fazer nada Choveu na areia que vai cobrindo a alma Quanto mais se mexe, mais a vida sufoca e acaba A beleza é subjetiva, só enxerga quem quer A firmeza que há no seio de quem ainda tem fé A corda é lançada para alcançar o sorriso Deixando toda sequela no fundo daquele interno abismo Faça o que faço, mas não faça o que fiz Não cometa os mesmos erros que um dia cometi Caí, levantei Aprendi a sorrir com cada lágrima que deixei por aqui