Quanto tempo faz que estou aqui? Preso dentro de mim Não sei por onde eu vim Com a paz que envolve ma guerra Que se faz dentro de mim E em tudo que cerca-me Num silêncio que traz O som que nunca se esvai Olhos negros enxergam a cor Da alma que ninguém enxergou As palavras que nunca ouvi Sentimento que nunca me abraçou Águas que levam para o outro lado O estado revela toda a escuridão Trancado de forma injusta Em grades forjadas nessa solidão Essa chuva que toca a pela de quem não escuta Por causa das falhas Roupa suja Com as manchas que marcam A dor da luta diária que sempre vai e vem O furor se espalha Tipo fogo em palha Brasas se expandem tingidas de sangue Chamas me consomem Grito o seu nome No silêncio que traz O som que nunca se esvaiu Em cada poça dessa rua você vai me ver Em cada gota dessa chuva você vai sentir minhas lágrimas Minhas lágrimas Em cada dia da minha vida vou tentar apagar As lágrimas sofridas Que não vão somar um décimo do que eu sofri O quanto eu sofri Cada parte que falta em mim Os detalhes que eu percebi Nada se compara com a plena falta Vazio que aumentou por aqui Antes ignorância ao sentir Antes ignorância ao lidar Antes era diferente Agora tudo é tão diferente com a ausência No sorriso que eu nunca vi Naqueles olhos que ao me olhar Não temiam o que viam Eu sentia enquanto te via com minha alma Minha falta fez a tua falta perpetuar Lâmina afiada corta o eco ao gritar Voz antes calada Quebra a jaula Onde está? O vazio se tornou um espaço mais amplo Sem teu ameno ar E o que não volta só vai me lembrar o quanto eu sofri Eu pude ver o sol desaparecer Dos seu rosto, dos seus olhos, da sua vida Desapareceu