Vejo minhas paranoias me afogando Num mar onde não aprendi a nadar Será que eu sempre fui assim tão estranho Ou piorei com o tempo a passar? Me debatendo contra os pensamentos Que se quebram sobre o meu ser Me quebrando ainda mais por dentro Por fora só veem o que deixo Vê o que há aqui Fecha os olhos, vai embora Se eu pudesse eu também iria partir Vou perdendo minhas horas Entre o insistir e o desistir Me odiando a cada hora Só aumenta a vontade de não existir Eu só quero me afastar Pois aqui eu só aprendi a me machucar E se eu fico, é pra partir Mas se eu parto, é pra ficar Com os pedaços espalhados Tô tentando consertar Aqui no escuro eu não enxergo nada E nesse nada eu vejo demais Até mesmo o que eu não queria Incluindo o que tira minha paz Sinto os meus pulmões se espremendo Queimando um oceano de palavras E nessas águas continuo me vendo Como uma grande e miserável falha Caindo ao tentar Fecha os olhos, vai embora Se eu pudesse eu também não iria ficar Vou perdendo minhas horas Entre o continuar e o estagnar Me odiando a cada hora Só aumenta a vontade de evaporar Eu só quero me afastar Pois aqui eu só aprendi a me machucar E se eu fico, é pra partir Mas se eu parto, é pra ficar Com os pedaços espalhados Tô tentando consertar Tô tipo um quebra-cabeça Nem tento explicar Em cima dessa mesa, só vão se assustar Bagunça a certeza Dúvidas no ar Respiro, mas sinto isso me sufocar Perdi a sutileza no líquido olhar Achei com destreza o que não queria achar Em álbuns rasgados pude me encontrar Se sou tantos retalhos Como vou ficar no fim? O meu silêncio condiz com escolhas que não fiz E eu não fiz nada, pois nada posso fazer Se bom o bastante eu nunca fui Não consigo E nem posso ser Eu só quero me afastar Pois aqui eu só aprendi a me machucar E se eu fico, é pra partir Mas se eu parto, é pra ficar Com os pedaços espalhados Tô tentando consertar