Grande árvore por dentro Cortada pela raiz, vai se perdendo o foco Pequeno como uma semente Puro coração lançado num árido e infértil solo Envolvido mas sozinho Os espinhos do caminho me abraçam enquanto choro Nas rochas fui ferido Nas horas tô perdido Sinto que estou caindo O meu chão tá sumindo Mentira mata Verdade solta a alma E a realidade vai esmagando os meus ossos E a beleza que já não tinha perde a cor E os meus dias vão fugindo dos meus olhos Quando pergunto qual o problema disso tudo Todos os problemas gritam: Não é nosso! Soco em ponta de faca Faca em cima do topo Caindo, a lei da gravidade a guia até o meu corpo De perto quis fugir pra longe E distante encontrar um sorriso no horizonte Onda a se quebrar O teto se tornou a fonte Lembranças a brotar Me larga bagagem de ontem Vou e faço-me mar No meu vale de destroços entre o caos, catástrofes E nesse meu bosque a chuva descolore as árvores As pétalas sangrando enquanto provo os frutos negros do pecado Os engulo da mesma forma que engulo o meu passado E na língua o gosto de sorrisos que pra mim, é veneno É amargo, então vomito, eu vomito todos os sentimentos Que pra mim não servem, não espere, se perde, o meu lar Se eu não perdoei os outros como vou me perdoar? Na vastidão azul, me elevo ao vento E levo em suas asas, o que quero, até mesmo o que eu não quero Na bagagem, tudo eu que fiz, eu vi e senti Vivi o que escrevi Eu desfiz, sorriso ruim Vou e faço-me mar É fácil não amar? É, faço o que dá Desfaço o nó que dava na garganta Dez fatos Um só marco Dez passos Tantos lados pra se olhar No horizonte vou andando com velhos novos sapatos Anda De perto quis fugir pra longe E distante encontrar um sorriso no horizonte Onda a se quebrar O teto se tornou a fonte Lembranças a brotar Me larga bagagem de ontem Vou e faço-me mar