Meus pulsos doem Essas correntes me machucam O frio corrói E esses olhos me assustam Dentro de mim escondo porque eu não quero ver Eu já cansei demais pois não andei e preferi correr Na estrada da solidão que está cheia de curvas Uma bifurcação Mil pedidos de ajuda Os que enxergam, enxergam e ignoram Tipo um objeto descartável que foi jogado fora Me acostumei mesmo não me acostumando Eu aceitei mesmo ainda não aceitando Acreditei mesmo sem acreditar Que em breve, algum dia, tudo iria passar No coração aprisiono-me e calo Cheio de falhas Ser danificado Num tom que soa aos ouvidos Desafinado O bom se torna algo ainda mais inalcançável Sei que posso ir além Se você for também Posso tocar o céu, posso tocar céu Segura minha mão E pela imensidão voamos até o fim Te vi olhar pra mim Me vi perder o que sempre esteve aqui Aos poucos percebi Senti e descobri o que nunca entendi Te vi olhar pra mim Me vi achando o que nunca esteve aqui A mão que segurou a minha mão Duas asas me elevam por essa imensidão O céu já não e o limite quando eu estou contigo Me lanço nesse azul que se estende ao infinito Mesmo quando todo o escuro dentro de mim ainda flui Teu toque vem clareando, trazendo-me a luz Que mostram os meus passos Mostra a estrada Mostram as minhas pegadas Mostram que sou o que eu faço E que apesar das minhas falhas O acerto vem Pois ele está dentro de mim Independente da forma como eles ainda me enxergam E é por isso que voo e vou até o fim Pois todas as vendas que cegavam Já não mais me cegam Sei que posso ir além Se você for também Posso tocar o céu, posso tocar céu Segura minha mão E pela imensidão voamos até o fim