A cada passo dado aqui Sei que cada um tem um fardo Dói, ferida que tem mais de um mês Por dentro da minha alma corrói Cavando fundo sem ligar Já liguei demais, não mais Pois quando olho pra trás Vejo os olhos da falta que me faz O que me faz? As chamas dessa lâmina não são quentes o bastante Mas o que queima por dentro, é o sorriso do passado Que se vestiu com as lágrimas que escorrem no presente Como um copo de vidro Queda livre Frágil Se desfaz em cacos Pedaços espalhados, junto com as minhas mãos Cada corte profundo dentro do coração vai cicatrizar Vai passar Vai levar o peso que por tempos insisti em carregar É como o céu noturno Sua beleza me faz ver que sou um ponto na imensidão Vou até não poder andar Lutando contra o mundo Falsas belezas, aqui vão passar Dores vão se calar Cicatrizar Os homens são fracos Se afundam tão facilmente Mas sentem vontade de viver Mesmo que suas marcas se tornem evidentes É, nasci de um cadáver O velho teve que morrer pro novo viver Mesmo que ainda pise em lama Sobre minha vida, a morte já não tem poder E quando olho no fundo dos olhos daquele senhor Conhecido desespero O trato com todo respeito Porém no peito já não pulsa esse medo E vou, levanto a cada queda Não vão me tragar essas trevas Em vão lançam-me tantas setas Se vão como vieram, dispersam Pedaços espalhados, junto com as minhas mãos Cada corte profundo dentro do coração vai cicatrizar Vai passar Vai levar o peso que por tempos insisti em carregar É como o céu noturno Sua beleza me faz ver que sou um ponto na imensidão Vou até não poder andar Lutando contra o mundo Falsas belezas, aqui vão passar Dores vão se calar Cicatrizar