Guardai duas palavras Que escondi no coração Nas linhas cruzadas Da palma minha mão Ambas proseguem Cada qual com o seu tino E só por instantes As reúno seu destino É quando a laços dados Em sinal de oração E a Deus me confesso Ignorando a razão Sorte ou desventura Elas são como sinais E sendo bem diferentes Aparecem como iguais Filhas do mistério Que em mim tenho gravado Traça o caminho Das linhas do meu fado E como a água Que percorre a corrente Elas são futuro, passado e presente O mau sonho Que nos cega de ansiedade Arde como lume E como manda a vontade O teu segredo Que ignoro e não pergunto Se no fado há lei só Deus sabe desse assunto