Lá se vão um, dois, tres, quatro, mil Num mar de gente sem futuro aqui é brasil Todo dia uma batalha nessa guerra sem ter fim Amo minha pátria mas minha pátria já não vê assim Não tem parquinho só criança no farol No fim do dia a calçada vira lençol Onde sonhava em ser criança, acabou a esperança, Roubaram a sua infância e hoje só quer vingança Prisao sem cela, prisioneiro sem corrente Pura sequela, máquina de delinquente Povo resistente, força de capoeira Te faz formar no morro as black panther brasileira Aqui barraco é luxo, sociedade em declínio Pra morador de rua viaduto é condomínio To cansado de promessas, provaram quem são fraude Pra quem mora em brasilia o planalto virou playground Não quero chuva de bala pra ver as mae sofrer Mas nasci soldado então é matar ou morrer Entre as presa do mundão, a maior foi a paz E hoje a favela sabe a falta que ela faz Com voces planeta ódio salve, mundo cruel Nao vou seguir, sem terminar o meu papel (ooohh) Pai do céu por favor me dê coragem Pra vagar nesse inferno que eles chamam de cidade Só fita os muleque sem pai, sentindo ódio Em vez de pular muro querendo subir nos pódio Dá revolta né? mas tem culpa em parcela Tem nego que vira liga e esquece da favela E assim desde o inicio não dá pra escapar A vida corre perigo tio tá longe de acabar Isso é só um resumo que me faz pensar Que só com outro big bang que o mundo vai mudar E um momento de conflito sempre penso em vários, Será que o amor nasce da alma de onde temos plantado, É claro, se eu fizer isso, pensando em retorno A ingratidão é bem maior pra me matar de desgosto O mundo, onde a guerra se disfarça de paz, Onde a unica esperança do homem não existe mais Sou capaz de correr pelos que não pode E acreditar que é nois memo porque aqui ninguém socorre Seria bom se fosse só uma mão lava a outra E nunca usada pra tomar atitude tola Um sorriso é sempre bom pra mostrar que vencemos A mão-de-obra barata que nos submetemos Todo dia, pra viver de uma forma Quantos morreram trampando e não tao nos livro de história É foda, trabalhar e saber oque eu ganho Não me dexa morrer mas não compra meu sonho Se os neguin sem pai que sao esquecido no tempo Amanhã nao é o congresso que será o bom exemplo As favelas, são locais de sentimentos destruídos Que a cada segundo choram no seu ombro amigo Só quem chora sabe, cada peso de uma lágrima Queria os neguin de trófeu na foto com as medalha Se pudesse eu programava o amor no ser humano E o ódio eu deletava, ao decorrer dos anos No passado chicotada era pra negro revoltado Hoje o chicote é cromado e atribuído no enquadro E é o medo dos muleque na abordagem violenta Alimenta nosso ódio que por eles só aumenta Sonhos mudam a vida, faço minha trajetória O sistema opressor não impede minha vitória Quero subir no pódio e gritar que eu venci Porque na guerra eu já to desde o dia que eu nasci. E foi aí que eu decidi escrever rap, e fui Encontrar o caminho onde um homem evolui Tava cansado do que o mundo oferecia de bandeja e fui atrás, Sabia que existiria mais Por tras das leis, por tras da verdade forjada Encontrei amigos e um sonho nessa caminhada Se deus me deu caneta, eu devolvi poesia Passei a decorar todos rap que eu ouvia E um dia comprei uma corrente, que tinha cor de prata Mas não era de prata (não), reciclagem de lata Comprei duas camiseta bem larga junto Um mes depis comprei uma calça pra fechar o conjunto E me senti mais vivo, funcionava como incentivo Mais um motivo, pra eu acalmar meu lado agressivo Depois joguei tudo isso fora, enfim Tava maduro pra enchergar que o rap já tava dentro de mim Tipo daniel san, mestre miyagi, O karate que vem de dentro da alma, não há quem pague Pupílo consciente, mostrei dedicação Meu corração é uma junção de brown, mv e helião Sou os tiozin nos bares, fujo da solidão Sou família nos lares, fujo da multidão Sou zumbi dos palmares, fujo da escravidão Mas meu quilombo é fone nos ouvido e rap pesadão Somos notorious big, também somos tupac Irmão que sai do crime, pivete que larga o crack O rap é piripaque no seu sistema nervoso Do caminho que escolhi hoje sou orgulhoso Muita treta chegar, mais ainda manter Se a caneta estourar, vou sangrar pra escrever A dedo pra que a nossa honra seja mantida Pois quem tem medo de sofrer não merece o melhor da vida (não) E assim segue E assim segue Terceira safra (ahãm) É nois