A falta de pão é a nossa verdade A lei é feita por punhais de aço Luar de prata é a nossa riqueza Sou lá do sertão, pátria do cangaço Zabumba bate no meio da noite Ruas desertas sem brisa, mormaço Ou, ou, ou, ou Ou, ou, ou, ou A justiça foge pro meio do mato Tem fome aqui cuspida e cantada Estrelas se apagam no vão do espaço Sóis que se perderam no meio da estrada Eu sinto nas cordas da terna viola Nervos tensos da terra queimada Ou, ou, ou, ou Ou, ou, ou, ou Enxergo o facheiro a face da luz Do bode eu tiro alimento da dor Com sangue vermelho eu traço caminho Do verde da chuva eu tiro o calor Creio na vida tal como ela é Morte com fé e não igual a temor Ou, ou, ou, ou Ou, ou, ou, ou