Eu olho no espelho, te vejo de joelhos, Os teus lábios num gostoso vaivém, eu viro o teu refém, E como de costume eu sinto o teu perfume, Eu sinto o teu suor em minha pele, o instinto me impele. Desligo essa televisão e pulo no colchão, Os teus gritos atravessam a parede e matam minha sede, E um crivo eu acendo, O corpo ainda ardendo, Tuas mãos estão tremendo, Lá fora o sol nascendo. Meu músculo mantém o rigor, rompendo o teu pudor, O ritmo cardíaco explode enquanto a gente pode. O lençol fica ensopado, estamos esgotados, Nós dois não nos sentimos culpados depois de um pecado. E um crivo eu acendo, O corpo ainda ardendo, Tuas mãos estão tremendo, Lá fora o sol nascendo.