Meus documentos dizem que sou brasileiro, Eu fui peão naquele grande tabuleiro, E sempre tive consciência do atoleiro, Mas, afinal, quem nunca foi um prisioneiro? Não há remédio que cure minha doença, Eu me pergunto se o crime não compensa. Ei, meu amigo, Eu não sei o que se passa comigo, Veja bem o meu estado, Eu precisava de alguém do meu lado. Pedi ajuda a Antônio Conselheiro, Mas nunca tive vocação pra pistoleiro, Nem desejava me tornar mais um cordeiro, Minha cabeça não é tampa de bueiro. Perdi a fé, joguei fora minha crença, Fui condenado a viver na indiferença. Ei, meu amigo, Eu não sei o que se passa comigo, Veja bem o meu estado, Eu precisava de alguém do meu lado. Não há remédio que cure minha doença, Eu me pergunto se o crime não compensa. Ei, meu amigo, Eu não sei o que se passa comigo, Veja bem o meu estado, Eu precisava de alguém do meu lado.