Eu conheço cada palmo desse chão É só me mostrar qual é a direção Quantas idas e vindas Meu Deus, quantas voltas Viajar é preciso é preciso Com a carroceria sobre as costas Vou fazendo frete Cortando o estradão Eu conheço todos os sotaques Desse povo todas as paisagens Dessa terra todas as cidades Das mulheres todas as vontades Eu conheço as minhas liberdades Pois a vida não me cobra o frete Por onde eu passei deixei saudades A poeira é minha vitamina Nunca misturei mulher com parafuso Mas não nego a elas meu apertos Coisas do destino e meu jeito Sou irmão de estrada e acho muito bom Mas eu me lembro lá de casa A mulher e os filhos esperando o pão Sinto que me morde a boca da saudade E a lembrança me agarra e profana O meu tino forte de homem E é quando a estrada me acode